FENOTIPAGEM POR DNA

Robson Willian de Melo Matos

Resumo


INTRODUÇÃO
Um local de crime pode apresentar vestígios biológicos sem qualquer relação com os
suspeitos em uma investigação. Tal fato torna impossível a identificação de todos os
indivíduos que estiveram na cena de crime ou, até mesmo, de vítimas (casos de
desaparecimento ou desastres de grandes proporções) pelo uso de técnicas de identificação
tradicionais ou da análise de regiões satélites do DNA, pois essas necessitam de uma
amostra de referência para comparação (PRINZ et al., 2007; KAYSER e SCHNEIDER, 2009;
KAYSER e KNIJFF, 2011). Nos últimos anos, a Fenotipagem por DNA (FPD) surgiu como uma
proposta para a resolução desse problema (KAYSER, 2015). A FPD é uma abordagem que
permite a obtenção de informações fenotípicas de um indivíduo a partir da análise da
molécula de DNA ou outros biomarcadores (RNA ou DNA metilado). A FPD é uma promissora
ferramenta para a Criminalística, pois propicia deduzir o sujeito do qual foram originadas as
amostras biológicas encontradas em um local de crime, sem a necessidade do conhecimento
prévio dos potenciais envolvidos (KAYSER, 2013). A partir dessa proposta, é possível
identificar traços relativos à aparência do indivíduo. Assim, a predição do fenótipo auxilia no
direcionamento da investigação criminal, pois permite a construção de uma espécie de
retrato falado do indivíduo a partir da análise do DNA encontrado no local de crime.

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